quarta-feira, 1 de setembro de 2010
"Mas, que amo eu, quando te amo?
Não amo a beleza do corpo, nem o esplendor fugaz,
nem a claridade da luz, tão cara aos meus olhos,
nem as doces melodias das mais diversas canções,
nem o suave odor das flores, dos óleos e dos aromas,
nem o maná, nem o mel,
nem os membros tão suscetíveis às carícias carnais.
Nada disto amo quando amo o meu Deus.
E,contudo,
amo a luz,
a voz,
o odor,
o alimento,
o abraço do homem interior que habita em mim,
onde para minha alma brilha uma luz que nenhum espaço contém,
onde ressoa uma voz que o tempo não destroi,
onde exalam perfumes que o vento não dissipa,
onde se saboreiam iguarias que o apetite não diminui,
onde se estabelece um contato que a sociedade não desfaz.
Eis o que amo quando amo o meu Deus."
(Conf. X, 6,8)
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