quarta-feira, 22 de setembro de 2010

domingo, 5 de setembro de 2010


A vida feliz não se vê com os olhos, porque não é corporal.
 (Conf X, 21,30)

Tarde te amei!


"Tarde te amei, ó Beleza tão antiga e tão nova, tarde demais eu te amei!
Eis que estavas dentro de mim,
e eu lá fora, a te procurar!
Eu, disforme, lançava-me às belas formas das tuas criaturas.
Estavas comigo, e eu não estava contigo.
Retinham-me longe de ti as tuas criaturas, que não existiriam se em ti não existissem.
Tu me chamaste,
e teu grito rompeu minha surdez.
Brilhaste,
e o esplendor de tua luz afugentou minha cegueira.
Exalaste teu perfume,
e respirando-o, suspirei por ti.
Eu te saboreei,
e agora tenho fome e sede de ti.
Tú me tocaste,
e agora estou ardendo no desejo de tua paz."
(Conf. X, 27,38)

"A beleza que, através da alma do artista, é transmitida às suas mãos, procede daquela Beleza que está acima de nossas almas, e pela qual a minha alma suspira noite e dia."
(Conf. X, 34,53)


"Fizeste-me para ti, e inquieto está meu coração enquanto em ti nao repousar."
(Conf. I,1,1)

"Aqueles que pretendem encontrar a alegria no exterior de si mesmos  facilmente encontram o vazio, dissipando-se nas coisas visíveis e temporais, das quais o seu pensamento faminto lambe somente as aparências."
(Conf. IX, 4,10)

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

"Para interrogá-los eu os contemplava, e sua resposta era a sua beleza."



"Perguntei à terra e esta me respondeu: "Não sou o teu Deus. E tudo o que nela existe me respondeu a mesma coisa.

Interroguei o mar, os abismos e os seres vivos, e eles me responderam: “Não somos teu Deus; busca-o acima de nós”.

Perguntei aos ventos que sopram, e todo o ar com seus habitantes me responderam : Não somos o teu Deus”.

Interroguei o céu, o sol, a lua e as estrelas: “Tambem não somos o Deus que procuras.”

Disse então à todos os seres que rodeiam meu corpo:  “Já que não sois o meu Deus, dizei-me ao menos alguma coisa sobre ele.”  E exclamaram em alta voz:  “Ele nos criou.”

Para interrogá-los, eu os contemplava, e sua resposta era a sua beleza."

(Conf. X, 6,9)

"Todas as coisas falam aos que sabem ouvir."
                                                                                     (Conf. IX, 10,24)


"Com os olhos da alma,
acima destes meus olhos e acima de minha própria inteligência,
vi uma luz imutável.
Quem conhece a verdade conhece essa luz,
e quem a conhece conhece a eternidade...
O amor a conhece."
(Conf. VII, 10,16)

quinta-feira, 2 de setembro de 2010


"O que sei de mim, eu o conheço graças à tua luz,
mas o que de mim ignoro,
ignorarei,
até que minhas trevas se transformem em meio-dia diante de tua face."
(Conf. X, 5,7)

quarta-feira, 1 de setembro de 2010



"Mas, que amo eu, quando te amo?

Não amo a beleza do corpo, nem o esplendor fugaz,
nem a claridade da luz, tão cara aos meus olhos,
nem as doces melodias das mais diversas canções,
nem o suave odor das flores, dos óleos e dos aromas,
nem o maná, nem o mel,
nem os membros tão suscetíveis às carícias carnais.
Nada disto amo quando amo o meu Deus.
E,contudo,
amo a luz,
a voz,
o odor,
o alimento,
o abraço do homem interior que habita em mim,
onde para minha alma brilha uma luz que nenhum espaço contém,
onde ressoa uma voz que o tempo não destroi,
onde exalam perfumes que o vento não dissipa,
onde se saboreiam iguarias que o apetite não diminui,
onde se estabelece um contato que a sociedade não desfaz.
Eis o que amo quando amo o meu Deus."
(Conf. X, 6,8)


"Feriste meu coração com tua palavra, e te amei."
       (Conf. X, 6,8)